Resumo:
A GSK vai pagar 300 milhões de dólares para adquirir um anticorpo bispecífico da Chimagen Biosciences, de Xangai, acreditando que ele pode tratar doenças autoimunes, como o lúpus. O medicamento está na Fase 1 de testes para câncer nos EUA e na China e atua como um “engajador de células T”, ligando-se a duas proteínas de superfície celular chamadas CD19 e CD20, o que pode ajudar a eliminar células B defeituosas.
A GSK anunciou que pretende iniciar um ensaio clínico de Fase 1 do medicamento da Chimagen no próximo ano, após a aprovação regulatória do acordo de licenciamento.
Contexto:
O acordo da GSK com a Chimagen é semelhante a outro feito pela Merck & Co. com a Curon Biopharmaceutical em agosto, também focando em um anticorpo bispecífico promissor para tratar doenças autoimunes. Isso faz parte de um movimento da indústria para testar tipos de medicamentos usados contra o câncer em condições causadas por células B descontroladas.
Este interesse surgiu após estudos indicarem que terapias com células CAR-T, usadas principalmente para tratar linfomas e leucemias, podem ser eficazes em doenças autoimunes. Testes adicionais têm apoiado essa ideia, levando várias empresas a redirecionarem suas pesquisas.
Agora, os fabricantes de medicamentos consideram que anticorpos bispecíficos podem ser uma abordagem mais simples para tratar doenças como o lúpus, ao aproximar células T de células B doentes. O medicamento da Chimagen, chamado CMG1A46, tem “baixa afinidade” por uma proteína imunológica conhecida como CD3, o que pode evitar efeitos colaterais associados a engajadores de células T.
Tony Wood, diretor financeiro da GSK, disse que há um entendimento crescente sobre as causas das doenças impulsionadas por células B. O CMG1A46 oferece potencial promissor para tratar necessidades não atendidas em lúpus e condições autoimunes relacionadas.