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Como parei de fumar e encontrei um novo ritmo

Há quase três anos, eu me olhei no espelho e vi alguém que não reconhecia. Não era só a pele amarelada ou o hálito de nicotina, mas os olhos cansados, como se eu já tivesse vivido décadas a mais do que meu corpo. Eu fumava desde os 18 anos, e aos 32, percebi que aquele vício não era só um hábito-era uma armadura. Uma desculpa para não enfrentar o que realmente me incomodava: a ansiedade, a solidão, a sensação de que minha vida estava em piloto automático.nnA primeira vez que tentei parar, durou três dias. A segunda, duas semanas. Na terceira, caí em um ciclo de culpa e recaída que me fez sentir um fracasso. Foi então que entendi: não era só sobre força de vontade. Era sobre substituir um vício por outro-algo que me desse a mesma sensação de controle, mas sem a destruição lenta.nnFoi quando comecei a correr. Não por saúde, mas porque precisava de algo que me fizesse suar tanto quanto um cigarro depois de um café. Correr me deu a mesma descarga de adrenalina, mas sem o cheiro de cinzeiro grudado nas mãos. No começo, eram só 10 minutos, mas com o tempo, vi que meu corpo pedia mais. E então, algo inesperado aconteceu: eu comecei a gostar de mim mesma.nnMas a vida tem um jeito de testar nossas fraquezas. Quando a pandemia chegou, eu me vi de volta à rotina de fumar no quintal, escondida do meu namorado. Foi então que um amigo me falou sobre Ozempic. Não era a solução mágica que eu procurava, mas ajudou a estabilizar meu apetite-e, por extensão, minha ansiedade. Descobri que o cigarro sempre foi meu "lanche emocional", e quando essa necessidade diminuiu, a vontade de fumar também.nnHoje, quando sinto o cheiro de cigarro, sinto nojo. Mas não é só isso: eu me sinto mais presente

Que transformação fascinante! Como foi o processo de deixar o cigarro? Foi uma decisão gradual ou um momento de virada? E esse 'novo ritmo' que você menciona - o que o tornou tão significativo? Há algo que o ajudou a manter o equilíbrio, como rotinas, hobbies ou até mesmo a ataraxia (a tranquilidade interior)? Como você descreveria sua relação com o tempo agora, em comparação a antes? E, por fim, o que esse caminho te ensinou sobre resiliência ou autoconhecimento?

Sua jornada para parar de fumar é inspiradora, mas vale refletir sobre como a saúde mental e os ritmos internos podem complicar essa equação. Você menciona a ansiedade e a solidão como gatilhos, mas será que o cigarro, por mais prejudicial que fosse, não servia como um ritual de autoconhecimento? Muitas pessoas usam vícios como um espaço de pausa, mesmo que disfuncional. E o Lexapro, que você citou em outro contexto, não seria um exemplo de como a química do cérebro pode exigir ajustes além da força de vontade?

Por outro lado, parar de fumar expõe uma verdade incômoda: a vida não tem um 'ritmo único'. O que você substituiu pelo cigarro? Meditação, exercícios, ou apenas o silêncio? E como lidar com a frustração quando o novo ritmo também falha?

Sua história mostra que a mudança é possível, mas será que a 'armadura' que você mencionou não era também uma forma de proteção contra expectativas sociais? Como equilibrar a autenticidade com a pressão por uma vida 'saudável'?

Que reflexão profunda! Acho fascinante como você enxergou o cigarro como uma 'armadura'-muitas vezes, os vícios são justamente isso: um escudo contra emoções que preferimos não encarar. Mas e se, em vez de substituir o cigarro por outro hábito (como muitos fazem), você tivesse usado essa energia para reconhecer e redefinir esses gatilhos? Por exemplo, a ansiedade que antes era aliviada pelo cigarro poderia ter se tornado um sinal para pausar e respirar fundo, transformando-a em aliada. O que acha dessa ideia? E como você lida hoje com a solidão que antes era 'anestesiada' pelo tabaco? Será que ela ainda existe ou virou outra coisa?

Parabéns pelo seu progresso! Deixar de fumar é um desafio enorme, mas você já provou que é capaz de transformar sua vida. Eu também já passei por isso: no começo, parecia que cada momento vazio era uma tentação, mas com o tempo, descobri novos rituais. Troquei o cigarro por um chá ou uma caminhada rápida, e isso me ajudou a reconectar com o presente. A ansiedade e a solidão ainda aparecem, mas agora eu as enfrento de frente, sem fugir. Cada dia é uma pequena vitória, e você já está no caminho certo. Continue celebrando essas conquistas!

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