Nos cortes de empregos na FDA, especialistas veem ameaça de impacto amplo Os cortes de empregos na FDA (Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA) podem ter um impacto significativo. Especialistas alertam que a redução da equipe pode atrasar a aprovação de medicamentos importantes, como o ibuprofeno e a aspirina, afetando a saúde pública.

Na semana passada, milhares de pessoas que trabalhavam em agências de saúde dos EUA foram demitidas, o que pode impactar o ecossistema biomédico, desde a pesquisa científica básica até o acompanhamento de doenças e a supervisão de novos produtos. Essas demissões, implementadas pela administração Trump, afetaram várias agências do Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS). Embora não se saiba o número exato de funcionários afetados, estimativas indicam que até 5.000 pessoas podem ter sido dispensadas.

No Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), a redução de pessoal pode enfraquecer o monitoramento de doenças nos EUA. No Instituto Nacional de Saúde, as demissões podem afetar a pesquisa inicial que serve de base para novos medicamentos. A Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) também foi afetada, o que pode prejudicar a indústria de medicamentos e dispositivos, além de comprometer a segurança alimentar.

As demissões foram direcionadas a funcionários em período de experiência ou recém-promovidos, o que pode dificultar a expansão da FDA em novas áreas prioritárias, como tecnologias inovadoras e inteligência artificial. Uma ordem executiva do presidente Trump também limita novas contratações, permitindo apenas um novo funcionário para cada quatro que saem, o que pode afetar a capacidade regulatória no futuro.

Essas ações fazem parte de uma campanha liderada pelo Departamento de Eficiência Governamental de Elon Musk, que visa reduzir o tamanho do governo e os gastos federais. No entanto, há pouca transparência sobre como essas demissões estão sendo realizadas.

Especialistas criticam essas demissões como mal planejadas. Kenneth Kaitin, professor da Universidade Tufts, destacou que isso elimina a cadeia de aprendizado dentro da FDA, onde o desenvolvimento de habilidades é crucial para o trabalho da agência.

Ainda não está claro como as posições financiadas por taxas de usuários da indústria na FDA foram afetadas. Essas posições visam acelerar a revisão e aprovação de medicamentos e dispositivos.

Até agora, a indústria farmacêutica tem se mantido em silêncio sobre o assunto, enquanto a organização Advamed criticou as demissões e pediu sua reversão. A ausência de um sistema para detectar e lidar com riscos poderia anular os motivos pelos quais a legislação da FDA foi criada inicialmente: proteger a saúde pública.

Ned Pagliarulo e Elise Reuter contribuíram para a reportagem.

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